Faça Laudos Que O Juiz Entenda – O Buraco Entre o Direito e a Engenharia

Você pode ter razão e mesmo assim perder - isso acontece todos os dias nos tribunais brasileiros. Advogados com teses jurídicas perfeitas veem seus clientes derrotados, porque o juiz simplesmente não conseguiu compreender a complexidade técnica do problema de engenharia.

Para vencer uma ação judicial, não basta conhecer a lei. É preciso traduzir a realidade técnica em provas sólidas, claras e compreensíveis até para quem nunca pisou em uma obra.

É por isso que tanto digo: o laudo confuso é o maior inimigo do advogado que tem razão.
Os argumentos podem fazer sentido, mas se a perícia não convence o juiz… já era.

Ele hesita, relativiza ou simplesmente desconsidera a evidência técnica.
E decide contra você.

Esse é o buraco perigoso que existe entre o Direito e a Engenharia: o abismo de comunicação, que tem como vítimas os advogados competentes e os clientes de boa fé.

O erro clássico

Na prática forense, é normal encontrar laudos que “falam certo” para engenheiros, mas são indecifráveis para o leitor jurídico.

Todos os dias, me deparo com três problemas graves:

  • Quesitos genéricos, que produzem respostas genéricas e não comprovam absolutamente nada: “Queira o I. expert responder se já conhecia qualquer dos réus antes da presente nomeação judicial para oficiar como perito nestes autos?”
  • Quesitos mal formulados, que abrem espaço para respostas prejudiciais à tese que estava sendo defendida: “O muro de tijolos e a casca de cimento (cimentação fina) (conforme fotos quesito 3, acima) são plenamente capazes de conter a terra do talude impedindo todo e qualquer desmoronamento?”
  • Quesitos não formulados, que, se tivessem sido feitos, teriam levado a perícia para um raciocínio muito mais favorável à uma das partes, capaz de dar luz de forma precisa e objetiva sobre o ponto técnico.

Quesitos amplos, imprecisos ou com perguntas jurídicas disfarçadas de técnicas geram um problema sério: a perícia acaba tratando de assuntos secundários, sem realmente resolver os pontos controvertidos do processo.

E não adianta esperar que o perito judicial, nomeado pelo juiz para ser um analista imparcial, vá desatar esses nós sozinho. Não porque ele não seja capaz, mas porque não é o papel dele fazer isso!

Quando esse desencontro acontece, o laudo perde o poder de persuasão que poderia ter.

 O juiz não compreende bem o que aconteceu tecnicamente.

A confusão gerada pela comunicação deficiente destrói todo um trabalho jurídico sério.

E o pior: geralmente, quem causou o dano é quem se beneficia dessa confusão!

Laudos pensados para quem decide

Agora imagine uma situação diferente: a de apresentar ao juiz um laudo pericial que não apenas descreve o problema técnico, mas faz isso de maneira tão clara e precisa que até um leigo consegue entender.

Um laudo que explica o “porquê” e o “como” de cada problema e suas consequências.

Uma linguagem baseada em comparações simples, exemplos práticos e ilustrações didáticas.

Um documento que mantém o rigor técnico intacto, mas aumenta exponencialmente a credibilidade – simplesmente porque se faz entender.

Essa é a força de um laudo claro.

Sejamos honestos: profissionais do Direito não têm formação em engenharia. Termos como “recalque diferencial”, “desaprumo estrutural” ou “análise de VPL em contratos” soam como jargão incompreensível. E um argumento que ninguém entende é um argumento inútil.

A solução está em trabalhar com um perito de engenharia que pensa no leitor jurídico, não no colega engenheiro. Alguém que funcione como ponte entre os dois mundos, garantindo que cada detalhe técnico se converta em argumento convincente perante o juiz.

Um assistente técnico também é um perito de engenharia. Mas, ao contrário do perito judicial, seu papel é o de zelar pelos interesses de uma das partes, destacando os argumentos decisivos para fortalecer posições processuais.

A ALD Perícias é especialista nisso. Usamos da nossa expertise para ir muito além de um “tradutor” de conceitos técnicos, ajudando ativamente na construção de uma tese sólida e muito bem fundamentada.

Por favor, não confundam as coisas: um bom perito jamais pode distorcer a realidade.

Existem normas técnicas que devem ser seguidas – tanto por rigor metodológico, quanto por questões éticas.

A diferença está na ausência do dever de imparcialidade.

O perito assistente técnico tem o papel de fornecer ao advogado dados, fotografias, medições e análises técnicas que favorecem a tese, bem como ajudar a desconstruir os argumentos da outra parte que estejam confusos ou mal fundamentados.

Um perito de engenharia experiente como assistente técnico:

  • Orienta a formulação de quesitos precisos, objetivos e tecnicamente pertinentes, garantindo que cada pergunta gere uma resposta útil ao seu caso
  • Analisa criticamente o laudo judicial, identificando inconsistências, formulando quesitos complementares e elaborando pareceres que reforçam sua tese
  • Identifica quando um argumento técnico está frágil, ou quando uma linha de raciocínio pode ser facilmente contestada pela parte contrária
  • Prepara você para audiências, pronto para desmontar argumentos técnicos do adversário

Essa atuação preventiva evita armadilhas processuais e fortalece sua defesa desde o início. Você não desperdiça oportunidades com perguntas inadequadas. Não se expõe a contra-argumentos técnicos devastadores. E principalmente: garante que a perícia se fundamenta adequadamente, dentro dos limites científicos e metodológicos que lhe cabem.

É a diferença entre ter uma voz técnica ao seu lado e depender exclusivamente da avaliação de terceiros, que não possuem nenhum compromisso com os seus interesses.

Onde isso faz toda a diferença

Disputas contratuais em obras de engenharia, infraestrutura ou incorporação imobiliária são verdadeiros campos minados.

Há cláusulas de reajuste, medições de serviços, análise de aditivos contratuais, pleitos de reequilíbrio econômico-financeiro e avaliações de impacto…. tudo isso exige conhecimento técnico profundo aliado à visão jurídica.

Só o perito de engenharia com experiência jurídica consegue fazer essa ponte: avalia se os serviços foram executados conforme especificações contratuais, se os custos apresentados são compatíveis com o mercado, se há fundamento técnico para pleitos de reequilíbrio, se as medições estão corretas…

Essa análise integrada é essencial em casos de disputas contratuais, arbitragens e ações judiciais envolvendo contratos de construção.

O advogado passa a contar com argumentos técnicos robustos que sustentam sua posição jurídica, seja para defender o cliente de cobranças indevidas, seja para exigir ressarcimentos legítimos.

Quando o processo exige conhecimento técnico em engenharia, construção civil, patologias de obras ou análise de contratos complexos, é melhor não se arriscar. Não contratar um perito especializado pode ser a exata diferença entre vencer ou perder uma causa!

Processos perdidos por fragilidade técnica, acordos desfavoráveis por falta de argumentação sólida, prazos perdidos por desconhecimento de aspectos técnicos… Tudo isso custa infinitamente mais do que investir em um bom assistente técnico desde o início.

Contratar um bom perito de engenharia é o melhor investimento que pode ser feito.

O melhor amigo do bom advogado

Para construir uma carreira sólida e respeitada, é preciso vencer causas.

Mas quando os processos envolvem engenharia, construção civil, análises contratuais complexas ou perícias técnicas, a realidade é dura: conhecimento jurídico sozinho não basta.

Você precisa de um parceiro técnico que fale sua língua.

Que transforme dados complexos em provas convincentes.

Que elabore quesitos certeiros e evite armadilhas processuais.

Que analise contratos com olhar técnico e jurídico ao mesmo tempo.

Que esteja ao seu lado em todos os momentos, preparado para desmontar argumentos técnicos da parte contrária.

Ou seja: você precisa de alguém que faça laudos que um juiz entenda.

Pense nos processos que você tem em mãos agora: quantos deles dependem de questões técnicas? Quantos poderiam ter resultados melhores se você contasse com argumentação técnica sólida e clara? Quantas oportunidades você está perdendo por não ter esse suporte estratégico? Os seus clientes sabem disso?

O advogado que opta por não contratar um assistente técnico, à primeira vista, pode pensar estar fazendo uma economia justificável para o cliente.

Mas a minha experiência mostra que esse caminho é uma armadilha, dada a quantidade de vezes que advogados me ligam desesperados, pois o perito judicial fez um laudo extremamente prejudicial à tese.

Muitas vezes, existe uma saída.

Mas é muito melhor prevenir do que remediar – pro bolso, pra saúde mental e pras probabilidades de vitória.

Imagine a cabeça do seu cliente, que confiou seu caso a um advogado que não percebeu essa fragilidade? É o famoso “barato que sai caro”, sem dúvida alguma!

Portanto, não arrisque sua reputação em processos onde o conhecimento de engenharia é essencial.

Quando a verdade precisa ser provada, conte com a ALD Perícias.

Se você é um advogado precisando de orientação, clique no chat para falar diretamente com nossa equipe.

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